Cientistas estudam anfíbio 'monstro' para tratar regeneração de membros

Axolotes podem regenerar extremidades (Foto: cortesia de Jesús Chimal)

Axolotes podem regenerar extremidades (Foto: cortesia de Jesús Chimal)

Cientistas da Universidad Nacional Autónoma de Mexico (UNAM) estão estudando a capacidade regenerativa do axolotle – anfíbio com três pares de brânquias externas – para tentar aplicá-la à medicina.

O anfíbio, nativo de alguns canais do Lago Xochimilco, na Cidade do México, possui, segundo especialistas, uma das maiores capacidades regenerativas do planeta, podendo regenerar extremidades completas do corpo até pedaços de cérebro.

Essa capacidade chamou a atenção de cientistas de várias partes do mundo, que vêm estudando e modificando seu código genético para encontrar formas de ajudar pacientes que tiveram membros amputados ou sofrem de doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos já doou mais de US$ 6 milhões a pesquisas sobre o anfíbio de 20 centímetros de comprimento, com a esperança de que algum dia seja desenvolvida uma tecnologia capaz de ajudar, por exemplo, veteranos de guerra.

“No México, estamos tentando identificar as moléculas que ajudam a regeneração, com o objetivo de extrapolar esta capacidade regenerativa aos humanos”, disse o biólogo Jesús Chimal, pesquisador da UNAM.

“Nas experiências que estamos realizando, às vezes cortamos extremidades dos axolotes e tentamos detectar os fatores que reprimem a regeneração”, diz ele.

Axolote albino

Axolotes se reproduzem com facilidade em laboratório

Astecas

O anfíbio é um velho conhecido dos mexicanos e é chamado de “monstro aquático” por causa de sua aparência física, semelhante a de um girino gigante, com uma longa cauda e quatro patas.

Os astecas, que comiam axolotes e os usavam na cura de doenças, acreditavam que o animal era a reencarnação do deus do raio fulminante Xólotl, que teria se metamorfoseado para evitar que fosse sacrificado.

Apesar de estar em risco de extinção, o axolotle se reproduz com facilidade em laboratório, principalmente na Alemanha e nos Estados Unidos. De fato, hoje em dia há mais axolotes em cativeiro do que em seu habitat natural.

Alguns cientistas acreditam que dentro de duas décadas os humanos serão capazes de regenerar suas extremidades como fazem os axolotes, mas outros pesquisadores são mais cautelosos.

“Não se pode falar em prazo, é muito arriscado”, disse Chimal, particularmente porque há pesquisas que ainda não foram publicadas e estão em processo de elaboração.

“Nos humanos, já vimos casos de regeneração da ponta dos dedos, mas nada além disso. Espero poder ter a sorte de ver, algum dia, a regeneração de um elemento esquelético. Por que eles sim e nós não?”, se pergunta o biólogo. 

Pesquisadores estudam salamandra gigante do Japão

 

Um grupo de pesquisadores e ambientalistas está pesquisando uma espécie de salamandra gigante, com 1,7 metro de comprimento.

Além de seu tamanho, a salamandra Andrias japonicus, conhecida como hanzaki no Japão, chamou a atenção de ambientalistas internacionais e cientistas japoneses pelo seu status de fóssil vivo e pelo fato de não ser atingida por um fungo que está devastando muitas outras espécies de anfíbios no mundo todo.

"O esqueleto desta espécie é quase idêntico ao dos fósseis de 30 milhões de anos atrás", disse Takeyoshi Tochimoto, diretor do Instituto Hanzaki, perto da cidade de Hyogo (sudoeste do Japão).

"Por isso é chamada de 'fóssil vivo'", acrescentou.

"É um ‘dinossauro’, isto é espantoso", afirmou Claude Gascon, chefe dos programas científicos da entidade ambientalista Conservation International e também um dos líderes do grupo especialista em anfíbios da União Internacional para a Conservação da Natureza.

"Nós falamos de salamandras que geralmente cabem na palma da sua mão. Esta pode arrancar sua mão."

A salamandra examinada por Gascon está segura, presa em um tanque no centro de visitação da cidade de Maniwa, a 800 km de Tóquio.

Peixes e parentes

Além de ter 1,7 metro de comprimento, a salamandra gigante tem uma pele semelhante ao couro, uma cabeça grande e coberta de estruturas que provavelmente são sensíveis ao movimento e ajudariam a salamandra a capturar peixes.

Salamandra gigante do Japão

Anfíbio é resistente a fungo que está devastando populações no mundo todo

A salamandra hanzaki tem dois parentes próximos: a salamandra gigante chinesa (A. davidianus), que tem tamanho e forma semelhantes à japonesa e pode se acasalar com elas; e uma bem menor, a Cryptobranchus alleganiensis, do sudeste dos Estados Unidos.

Geralmente as salamandras gigantes ocupam covas em margens de rio. A ocupação é feita em grupos com um macho dominante, várias fêmeas e alguns outros machos.

O macho dominante e as fêmeas liberam na água óvulos e espermatozoides e se movimentam incessantemente para misturar tudo. Os machos não dominantes talvez também liberem espermatozoides, mas o papel deles ainda não está claro.

Quando a água fica mais calma, todos deixam a cova, exceto o macho dominante, que fica para cuidar do ninho e dos filhotes.

Fora da época de reprodução, a vida da salamandra é bem tranquila, vivendo da forma mais discreta possível no rio e capturando tudo o que estiver ao seu alcance para se alimentar.

Criaturas como estas certamente já habitavam o planeta quando os dinossauros ainda existiam, e fósseis da família foram encontrados bem longe da restrita área onde são encontrados atualmente.

 

"Acredita-se que elas sejam espécies extremamente primitivas, em parte devido ao fato de serem as únicas salamandras com fertilização externa", afirmou Don Church, especialista em salamandras da Conservation International. 

Imagem inédita mostra peixe gigante a 1,5 mil m de profundidade

Imagem do peixe-remo captada por cientistas (Foto:BBC Earth News)

O peixe-remo vive a até mil metros de profundidade e pode atingir 17 metros de comprimento

 

Cientistas americanos conseguiram filmar o raríssimo peixe-remo, que pode atingir 17 metros de comprimento, no Golfo do México. Essa pode ser a primeira filmagem já feita do Regalecus glesne em seu habitat natural.

O grupo de pesquisadores utilizou veículos não tripulados emprestados por empresas petrolíferas para encontrar esse peixe, que normalmente só é visto na superfície do mar quando está próximo da morte.

“Nós vimos essa coisa vertical, clara e brilhante. Aproximamos um pouco a imagem e dissemos ‘isso é um peixe!’”, disse o coordenador da pesquisa Mark Benfield em entrevista ao repórter da BBC Jody Bourton.

O pesquisador da Universidade da Louisiana comentou que, a princípio, julgou que a câmera estivesse filmando um encanamento para extração de petróleo.

Para ele, essa deve ter sido uma filmagem inédita do peixe-remo nadando em seu habitat natural, pois um registro colhido no Oeste da África em 2007 não conseguiu confirmar se o peixe era mesmo oRegalecus glesne.

O peixe é tido como o mais longo peixe vertebrado de que se tem notícia.

Com o veículo operado por controle remoto, os cientistas puderam seguir o peixe-remo por cinco minutos, até que o perderam de vista.

As estimativas iniciais são de que o exemplar media de 5 a 10 metros.

CliqueVeja trecho da filmagem no site da BBC, em inglês.

Parceria

O registro do Regalecus glesne só foi possível graças ao Projeto Serpente, uma parceria entre pesquisadores de todo o mundo e empresas petrolíferas, incluindo a Petrobras.

As companhias permitem que cientistas utilizem sua tecnologia avançada para pesquisas em águas profundas.

“Isso proporciona uma oportunidade maravilhosa para aprendermos mais sobre vida nas profundezas do Golfo do México. Termos encontrado o peixe-remo durante nossa exploração foi um bônus fantástico”, disse Benfield à BBC.

“É tudo muito empolgante. Minha visão para o Projeto Serpente no Golfo do México é estabelecer um grande sistema de observação das profundezas do golfo, usando centenas de veículos não-tripulados”, disse o pesquisador. 

Aquário britânico expõe ‘caranguejo-monstro’ japonês

Funcionário do aquário de Birmingham com o 'crabzilla'

Patas do 'crabzilla' têm cerca de 2 metros de comprimento

Um caranguejo gigante cujas patas medem quase 2 metros será exibido pela primeira vez em um aquário de Birmingham, no centro da Grã-Bretanha.

O animal, originário do Japão, foi apelidado de “crabzilla” - junção de crab, caranguejo em inglês, com Godzilla, o monstro gigante do cinema japonês.

O Centro Nacional de Vida Marinha de Birmingham abrigará o caranguejo até março, quando ele deverá ser levado à Bélgica, onde ficará em exposição permanente em um aquário local.

Os caranguejos gigantes são encontrados em águas profundas (acima de 300 metros) no Oceano Pacífico.

Segundo Graham Burrows, responsável pela sua exposição em Birmingham, as patas desse tipo de caranguejo podem chegar em alguns casos a 4 metros de comprimento, suficiente, segundo ele, para abraçar um carro.

“Ele vai fazer os outros caranguejos do aquário parecerem anões, mas ele não é agressivo”, diz Burrows. 

Cientistas captam imagem rara de água-viva gigante

Água-viva (Foto: LSU/Serpent project)

O corpo da água-viva tem um metro de diâmetro (Foto: LSU/Serpent project)

 

Cientistas conseguiram capturar imagens raras de uma água-viva gigante nas profundezas do Golfo do México usando uma câmera em um submarino operado por controle remoto (ROV, em inglês).

O corpo da criatura -Stygiomedusa gigantea - na forma de sino, tem um diâmetro de um metro e quatro tentáculos com seis metros de comprimento cada um. Ela tem uma tonalidade púrpura avermelhada e vive a uma profundidade entre 996 metros e 1.747 metros.

No vídeo, ela é observada, aparentemente, tentando envolver o equipamento com seus tentáculos. Cientistas acreditam que eles tenham a função de envolver a presa.

Os pesquisadores dizem que os registros científicos indicam que este tipo de água-viva só foi avistado 114 vezes em 110 anos.

Pouco se sabe sobre a água-viva, mas acredita-se que seja um dos maiores predadores invertebrados do ecossistema das profundezas.

Vídeos anteriores foram feitos na costa americana no Pacífico e no Japão, mas esta é a primeira vez que a criatura é encontrada no Golfo do México. Os pesquisadores disseram que houve quatro aparições inesperadas de águas-vivas entre 2005 e 2009, durante um trabalho submarino de rotina realizado por companhias de petróleo.

Através de estudos e registros anteriores, os cientistas confirmaram que a espécie vive em várias partes do mundo. Este projeto é a primeira tentativa de identificar sua concentração no globo.

Mark Benfield, professor da Universidade Estadual de Louisiana, em Baton Rouge, nos Estados Unidos, e sua equipe, esperam encontrar mais exemplares da espécie ao longo do chamado Projeto Serpente, uma colaboração entre cientistas marinhos e grandes empresas de energia, que permite a exploração das profundezas do oceano em detalhe.

O ROV foi fornecido aos cientistas por companhias de petróleo que operam no Golfo do México, como Petrobras, BP, Shell e Chevron 

Novas espécies de animais são descobertas no Equador

Uma expedição organizada pela ONG americana Conservação Internacional (CI) descobriu 12 potenciais novas espécies de animais em uma floresta no sudeste do Equador.

Ao todo, quatro tipos de anfíbios, um réptil e sete insetos foram encontrados, incluindo uma salamandra de olhos esbugalhados e um sapo-ponta-de-flecha venenoso.

Os cientistas atribuíram a descoberta ao fato de a região explorada, a bacia do alto rio Nangaritza, na Cordilheira do Condor, ter um acesso difícil e por ter sido alvo de décadas de disputas entre o Equador e o Peru.

"As espécies que descobrimos mostram a importância biológica dessa área", afirma Leeanne Alonson, vice-presidente do Programa de Avaliação Rápida da Conservação Internacional. "É fundamental que os ecossistemas da região sejam protegidos de maneira adequada."

 

A expedição também encontrou representantes de 11 espécies em vias de extinção no mundo, como a perereca-de-vidro e algumas aves. 

novas espécies de animais

Sanguessuga amazônica do Peru vive em narina humana

 

 da BBC Brasil

Cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de sanguessuga que tem a tendência de viver em narinas humanas.

Segundo os pesquisadores, ela pode entrar nos orifícios do corpo de pessoas e animais e aderir às membranas mucosas.

Eles deram à nova espécie o nome de Tyrannobdella rex, que significa "sanguessuga rainha tirana".

Reprodução/"Plos One"
Sanguessuga amazônica do Peru tem tendência de viver em narina humana; espécie foi achada primeiro em menina que nadou em rio
Sanguessuga amazônica do Peru tem tendência de viver em narina humana; espécie foi achada primeiro em menina que nadou em rio

A criatura, que vive em áreas remotas do alto Amazonas, foi encontrada em 2007, no Peru, quando uma espécie foi retirada do nariz de uma menina que tinha se banhado em um rio.

Renzo Arauco-Brown, da Escola de Medicina da Universidade Cayetano Heredia, em Lima, extraiu a sanguessuga do nariz da garota e enviou a amostra para um zoólogo nos Estados Unidos.

Mark Siddall, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, reconheceu que se tratava de uma nova espécie. Segundo ele, a criatura tinha algumas características muito incomuns, como uma única mandíbula, oito dentes grandes e genitália minúscula.

Gado

A líder do estudo, Anna Phillips, uma universitária ligada ao museu, disse: "Nós achamos que aTyrannobdella rex é parente próxima de outra sanguessuga que entra na boca de gado no México."

Uma análise de DNA revelou também uma "relação evolucionária" entre sanguessugas que vivem em regiões distantes. Isto sugere a existência de um ancestral comum, que pode ter vivido quando os continentes estavam unidos em uma única extensão de terra chamada Pangeia.

Siddall explicou: "As espécies mais antigas desta família de sanguessugas compartilhavam a Terra com os dinossauros, há cerca de 200 milhões de anos."

"Alguns ancestrais da nossa T. rex podem ter vivido no nariz de outro T. rex", afirmou, em uma referência o dinossauro Tiranossauro rex.

Os cientistas acreditam que podem existir até 10 mil espécies de sanguessuga. Já foram descobertas entre 600 e 700. A pesquisa foi divulgada na revista científica on-line "PLoS One".