Encontrada nova espécie de Pterossauro

 

Paula Rothman, de INFO OnlineSábado, 01 de maio de 2010 - 09h02



Karen Carr
Encontrada nova espécie de Pterossauro
Ilustração mostra como seria a espécie

 

Nos últimos anos, o fóssil foi estudado pelo paleontologista Timothy

Myers e sua equipe.

Os pterossauros foram os primeiros vertebrados a voarem.

Seu grupo viveu entre 200 milhões

e 65 milhões de anos atrás, quando desapareceu junto com todos os dinossauros. 

Mamutes tinham sangue 'anti-congelamento', diz estudo

Mamute (Foto: BBC)

Mamutes são ancestrais dos atuais elefantes

Cientistas australianos anunciaram a descoberta de que os mamutes possuíam um sangue "anti-congelamento" que os ajudava a manter o suprimento de oxigênio do corpo em baixas temperaturas.

Em artigo publicado na revista científica Nature Genetics, os estudiosos da Universidade de Adelaide afirmam ter "ressuscitado" a hemoglobina autêntica dos mamutes, o que os ajudou na descoberta.

A hemoglobina é a proteína das hemácias, as células vermelhas do sangue, e transporta o oxigênio nos mamíferos. Mas sua habilidade de lançar esse oxigênio nos órgáos e tecidos é inibida a baixas temperaturas.

Segundo os cientistas, os mamutes eram dotados de uma adaptação genética que permitia que o transporte de oxigênio ocorresse mesmo no extremo frio, o que não acontece nos animais de hoje.

Mutações

Os pesquisadores sequenciaram os genes da hemoglobina a partir do DNA de três mamutes siberianos preservados no chamado permafrost (tipo de solo do Ártico), onde eles morreram há dezenas de milhares de anos.

As sequências de DNA foram convertidas em RNA (molécula semelhante que é fundamental na produção de proteínas) e, em seguida, inseridas em bactérias, que então produziram perfeitamente a proteína do mamute.

Os cientistas então testaram essa proteína e confirmaram que três mutações altamente raras na sequência da hemoglobina permitiam seu funcionamento mesmo a baixas temperaturas.

"Tem sido extraordinário trazer de volta à vida uma complexa proteína de uma espécie extinta e descobrir mutações importantes que não são encontradas em nenhuma espécie viva de hoje", disse Alan Cooper, diretor do Australian Centre for Ancient DNA, da Universidade de Adelaide, e um dos autores da pesquisa.

Sem essa adaptação genética, os mamutes perderiam mais energia no inverno e seriam obrigados a comer mais.

Os mamutes, ancestrais dos atuais elefantes, se originaram na África equatorial.

Mas entre 1,2 e 2 milhões de anos atrás, membros da linhagem dos mamutes migraram para latitudes mais altas. 

     Cientistas encontram tecido cerebral de 300 milhões de anos em peixe

Modelo em 3D do crânio do iniopterygian (Foto: PNAS/Philippe Janvier)

Modelo em 3D do crânio do iniopterygian (Foto: PNAS/Philippe Janvier)

Cientistas dos Estados Unidos e da França anunciaram a descoberta de um tecido cerebral de 300 milhões de anos - o mais antigo exemplar do tipo já encontrado.

O tecido foi recuperado de uma bolha dentro da caixa craniana do fóssil de um precursor extinto das quimeras, conhecido comoiniopterygian, e foi achado no Estado americano do Kansas.

Em artigo na revista Proceedings of the National Academy of Science, os pesquisadores afirmaram que a descoberta abre um novo caminho para o estudo da evolução dos peixes e do desenvolvimento do cérebro em animais vertebrados.

"Até agora, os paleontologistas estudavam os formatos da cavidade craniana de fósseis para pesquisar a morfologia cerebral, pois nunca haviam encontrado 'tecido mole'", explicou Alan Pradel, do Museu Nacional de História Natural de Paris, e um dos autores do artigo.

'Bizarro'

Croqui do iniopterygian (Foto: PNAS/Divulgação)

Iniopterygian é precursor das atuais quimeras (Foto: PNAS/Divulgação)

Com a ajuda de técnicas de tomografia, cientistas do European Synchrotron Radiation Facility, em Grenoble, na França, criaram um modelo em 3D do que seria o cérebro do iniopterygianencontrado.

Segundo os cientistas, o órgão era simétrico e tinha dimensões milimétricas. Como ocorre em muitos vertebrados pouco desenvolvidos, o cérebro desse peixe parava de crescer, enquanto a caixa craniana continuava se expandindo.

Além disso, o cérebro também apresentava um grande lóbulo relacionado à visão e uma pequena secção destinada à audição. A presença de canais de audição em um plano horizontal também permitiu aos cientistas entender que o animal podia detectar movimentos laterais, mas não verticais.

iniopterygian é um precursor das atuais quimeras, que por sua vez, são "parentes" dos tubarões e das arraias.

No início da era paleozoica, o peixe já apresentava características bastante peculiares, como o crânio gigante, dentes dispostos em fileiras, uma cauda "armada" com uma clava, e enormes nadadeiras peitorais dotadas de espinhos ou ganchos em suas pontas. A maioria tinha em média 15 cm de comprimento.

"Até hoje, não conhecíamos nada disso, e se trata de um animal realmente bizarro", afirmou John Maisey, curador de paleontologia do Museu Americano de História Natural, em Nova York, e também autor do artigo.

 

"Mas agora sabemos que podemos procurar por mais cérebros em fósseis muito antigos e começar a entender melhor sobre eles", disse Maisey. "A evolução cerebral é crucial na história dos vertebrados." 

 

    Cientistas revelam fóssil que pode ser de ancestral do homem

O fóssil Ida

O fóssil de 47 milhões de anos estava em uma coleção particular

 

Cientistas revelaram em Nova York nesta terça-feira o fóssil de uma criatura de 47 milhões de anos que pode ser um elo perdido na evolução dos primatas superiores - entre eles, os seres humanos.

O fóssil, batizado de Ida, está em estado tão bom de conservação que é possível ver sua pele e traços de sua última refeição.

Os restos do animal, que se assemelha a um lêmure (tipo de animal parecido com um macaco que vive na ilha africana de Madagascar) foram apresentados no Museu Americano de História Natural pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.

Eles foram descobertos na década de 1980 na Alemanha e pertenciam a uma coleção particular.

Importância e críticas

A pesquisa sobre sua importância foi liderada pelo cientista Jorn Hurum, do Museu de História Natural de Oslo, Noruega.

Reconstrução por computador do fóssil Ida

Cientistas reconstruíram o fóssil usando computação gráfica

Hurum diz que ida representa "a coisa mais próxima que temos de um ancestral" e descreveu a descoberta como "um sonho que se tornou realidade".

Mas parte da comunidade científica se mostra cética em relação à descoberta.

Um dos principais editores da revista Nature, Henry Gee, disse que o termo "elo perdido" pode induzir ao erro e que o fóssil não deve figurar entre as grandes descobertas recentes, como os dinossauros com penas.

Os cientistas que já examinaram o fóssil concluíram que este se trata de uma espécie nova, batizada Darwinius masillae.

Um dos pesquisadores que analisou Ida, Jenz Franzen, o fóssil tem traços que guardam "grande semelhança conosco", como unhas em vez de garras e o polegar em uma posição que permite agarrar coisas com a mão, como o homem e outros primatas.

Ainda assim, segundo ele, o fóssil não parece ser um ancestral direto do homem, mas sim estaria "mais para uma tia do que uma avó".

 

    Britânico descobre 48 novas espécies pré-históricas em lama

Ilustração de Mark Witton, paleontólogo da Universidade de Portsmouth

Ilustração de Mark Witton sobre as novas descobertas

Um paleontólogo britânico descobriu 48 novas espécies pré-históricas, depois de transportar toneladas de lama até sua casa e examinar os achados durante um período de quatro anos.

Outros cientistas levaram 180 anos para identificar o mesmo número de espécies.

Os fósseis encontrados por Steve Sweetman, da Universidade de Portsmouth, têm cerca de 130 milhões de anos e foram escavados na Ilha de Wight, no sul da Inglaterra, considerada a "costa Jurássica" inglesa.

Sweetman retirou a lama de antigos leitos de rios, e a transportou até sua casa em baldes e mochilas.

Ao examinar a lama, ele encontrou pelo menos oito novas espécies de dinossauros, vários tipos de lagartos, sapos, salamandras e - talvez a descoberta mais rara da época dos dinossauros - seis pequenos mamíferos, alguns deles, do tamanho de um musaranho, um mamífero que se alimenta de insetos.

No passado, paleontólogos normalmente encontravam fósseis e ossos que são expostos naturalmente pela ação do tempo e da natureza, mas Sweetman adotou uma técnica bastante apurada em suas pesquisas.

O paleontólogo Steve Sweetman

Sweetman transportou cerca de 3,5 toneladas de lama até sua casa

Ao todo, ele transportou cerca de 3,5 toneladas de lama até sua casa - também na Ilha de Wight - onde montou seu laboratório.

Ele secou e peneirou toda a lama e examinou todos os grãos em um microscópio. Logo no início das pesquisas ele identificou amostras mínimas de ossos e dentes.

"Foram quatro anos de trabalho duro para fazer as descobertas", disse o paleontólogo.

"Morar na Ilha de Wight tornou essa pesquisa fisicamente possível. O transporte das toneladas de lama não foi um obstáculo muito grande. Teria sido quase impossível se eu morasse fora da ilha."

"Logo na primeira amostra encontrei a mandíbula de um anfíbio mínimo, extinto e semelhante a uma salamandra, e depois, as novas espécies foram surgindo."

Apesar do vasto conhecimento sobre as grandes espécies que habitavam a ilha no início do período Cretáceo, diz Sweetman, pouco se sabe sobre as outras espécies.

"Com essas descobertas, posso criar um retrato mais detalhado das criaturas que viviam aos pés e à sombra dos dinossauros", disse ele.

 

O paleontólogo cresceu na Ilha de Wight, às vezes chamada de "Ilha dos Dinossauros" por ser a maior fonte de fósseis dos animais na Europa. 

    Cientistas identificam fóssil de peixe gigante de 66 milhões de anos

Leedsichthys (Foto: Robert Nicholls)

Os leedsichthys povoavam os oceanos na pré-história

Os mares pré-históricos estavam cheios de peixes gigantescos que se alimentavam de plânctons e que desapareceram na mesma época em que os dinossauros, sugere uma pesquisa recém-publicada.

Cientistas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos estudaram fósseis que mostram que o peixe existiu entre 66 milhões e 172 milhões de anos atrás.

Eles acreditam que pode se tratar de "uma parte que faltava na história evolucionária de peixes, mamíferos e ecossistemas do oceano".

A descoberta foi divulgada na última edição da revista Science.

A equipe internacional que realizou o estudo incluiu acadêmicos das universidades de Glasgow e Oxford, Universidade DePaul, em Chicago, Universidade Fort Hays, no Kansas, e Universidade do Kansas.

Nova espécie

O projeto começou em Glasgow, com uma análise dos despojos de um peixe gigantesco do período Jurássico, Leedsichthys, em conjunto com a escavação de uma nova espécie da mesma criatura em Peterborough.

Jeff Liston, da Universidade de Glasgow, chefiou a escavação em Peterborough e achou que esta nova espécie era uma anomalia.

Bonnerichthys

O bonnerichthys foi identificado a partir de um fóssil achado no Kansas

 

"O avanço veio quando descobrimos outros fósseis, semelhantes aos Leedsichthys, mas em rochas muito mais recentes", disse.

"Estas amostras indicaram que havia peixes que se alimentavam por filtragem há muito mais tempo do que pensávamos."

Liston disse que a partir daí os pesquisadores começaram a reavaliar coleções de museus e a descobrir essa característica em fósseis no mundo inteiro, que não tinham sido muito estudados ou que haviam sido identificados de maneira errada.

Vários dos novos fósseis mais importantes - todos da mesma família de peixes dos Leedsichthys - vieram de locais no Kansas.

Outros fósseis foram encontrados em áreas em Dorset e Kent, na Grã-Bretanha, e no Japão.

Mamíferos

"Foi só depois que estes peixes desapareceram do ecossistema é que mamíferos e peixes cartilaginosos como a arraia manta, tubarão-peregrino e tubarão baleia começaram a se adaptar àquele papel ecológico", disse Liston.

O cientista disse que a descoberta tem "implicações para o nosso entendimento da produtividade biológica em oceanos modernos e como a produtividade mudou ao longo do tempo".

Uma das amostras mais bem preservadas do Kansas tinha sido considerada previamente semelhante a um tipo de peixe-espada.

Quando membros da equipe começaram a limpar a amostra, descobriram um vão sem dentes na boca, com uma ampla rede de placas ossudas alongadas para extrair grandes quantidades de plâncton microscópico.

 

A equipe deu o nome de Bonnerichthys a este peixe com um comprimento de quatro a cinco metros, em uma homenagem à família do Kansas que descobriu o fóssil. 

    Nova espécie de dinossauro é achada na Austrália

DInossauros já encontrados na Austrália

Os fósseis de 'Matilda' (esq.), 'Clancy' (centro) e 'Banjo' (dir.) foram encontrados no nordeste da Austrália este ano

Paleontologistas da Austrália anunciaram a descoberta de uma nova espécie de dinossauro em uma fazenda de criação de ovelhas em Queensland, que fica no nordeste do país.

O fóssil achado, apelidado de Zac, é de um exemplar da infraordem dos saurópodes, herbívoro, e, segundo os pesquisadores, data de 97 milhões de anos atrás.

A região onde foi achado, perto da cidade de Eromanga, é rica em fósseis e já foi, no passado, coberta por mar.

Lá foi encontrado, em 2004, o fóssil do maior dinossauro do país, apelidado de Cooper. Ele tinha 30 metros de comprimento e era um titanossauro – espécie de dinossauro com cauda e pescoço longos e cabeça pequena.

O curador do Museu de Queensland, Scott Hocknull, disse que o esqueleto de Zac é menor do que o de Cooper, mas está mais completo.

Zac tem em comum com outros saurópodes um pescoço muito longo e uma cabeça pequena. Seus dentes não são afiados e sua cauda longa serve de contrapeso para o pescoço.

Hocknull afirmou que a descoberta é parte de uma nova "corrida por dinossauros" na Austrália.

"Nós temos dinossauros saindo por todo canto em Queensland, então a Austrália está se tornando realmente um centro para a descoberta de dinossauros."

O cientista disse que boa parte do fóssil de Zac era visível no solo, mas há planos para mais excavações na área no futuro.

"Devem existir centenas de fósseis enterrados", disse Hocknull.

 

Três novas espécies de dinossauros foram encontradas na mesma área em meados deste ano. Todas elas datam do mesmo período de Zac - de cerca de cem milhões de anos atrás 

     Três novas espécies de dinossauros são descobertas na Austrália

NOVAS ESPÉCIES DE DINOSSAUROS

T. Tischler, Australian Age of Dinosaurs Museum of Natural History.

Arte mostra os três novos dinossauros: de cima para baixo, Banjo, Clancy e Matilde

Arte mostra os três novos dinossauros: de cima para baixo, Banjo, Clancy e Matilde

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Paleontólogos australianos anunciaram a descoberta de três espécies de dinossauros cujos fósseis foram escavados na chamada formação Winton, uma região rochosa do período Cretáceo localizada no Estado de Queensland, nordeste do país.

Uma das espécies, o carnívoroAustralovenator wintonensis, foi descrita como um predador com três garras penetrantes em cada pata, maior e mais temeroso que o Velociraptor retratado no filmeJurassic Park.

Leve e ágil, este caçador era capaz de perseguir e alcançar facilmente sua presa em um terreno aberto, disseram os cientistas.

As outras duas espécies eram herbívoras: o Witonotitan wattsi era um animal magro e alto, semelhante a uma girafa, enquanto oDiamantinasaurus matildae tinha formas mais corpulentas, como um hipopótamo. Ambos eram titanossauros, as criaturas mais pesadas que já viveram na Terra.

Batizados em referência aos titãs da mitologia grega, foram um dos últimos saurópodes do período Cretáceo, cerca de 100 milhões de anos atrás.

Importância

Detalhes da descoberta foram publicados na revista científica de acesso aberto PLOS One por uma equipe de pesquisadores liderada pelo curador de Geociências do Museu de Queensland, Scott Hocknull, e colegas do Museu de História Natural da Austrália.

Os novos dinossauros foram apelidados pelos cientistas através de referências à canção Waltzing Matilda, uma espécie de ‘hino’ do folclore australiano, composta no final do século 19 pelo compositor Banjo Patterson na cidade de Winton.

Banjo (o Australovenator) e Matilda (o Diamantinasaurus) – possivelmente predador e presa – foram encontrados juntos em um lago de 98 milhões de anos, afirmaram os cientistas. O Witonotitan foi apelidado de Clancy.

Arte: T. Tischler, Australian Age of Dinosaurs

Arte mostra os fósseis dos dinossauros encontrados

As novas espécies ficarão no Museu da Era dos Dinossauros Australiana, em Winton, que começará a ser construído nesta sexta-feira em Queensland, com expectativa de término em 2015. Segundo as autoridades australianas, a formação Winton já rendeu mais fósseis de dinossauros que o resto do país.

“O histórico de dinossauros da Austrália é excepcionalmente pobre comparado ao de outros continentes com tamanhos similares”, escreveram os autores.

“Uma melhor compreensão da história dos dinossauros na Austrália é crucial para entender a geografia paleontológica global do grupo dos dinossauros, incluindo de grupos que anteriormente se considerava terem origem em Gondwana (o supercontinente do hemisfério sul formado pela separação da Pangea), como os titanossauros e os carcarodontossauros.”

 

A imprensa australiana disse que o anúncio recoloca o país no mapa das descobertas de grandes dinossauros pela primeira vez desde 1981, ano em que foi anunciado o Muttaburrasaurus, um grande herbívoro quadrúpede capaz de se apoiar nas duas patas traseiras. 

    Fóssil encontrado na China é de ‘parente’ de dinossauro americano, dizem cientistas

Escavação em Gansu

Os paleontólogos encontraram o fóssil em 2007

Paleontólogos chineses afirmam ter identificado o primeiro exemplo asiático de um grupo de dinossauros previamente encontrado apenas na Europa e nas Américas, segundo artigo publicado pela revista especializada em biologiaProceedings B, da Royal Society, a academia de ciências da Grã-Bretanha.

Os braquiossauros, da família dos saurópodes - com bacias de répteis - , tidos como os maiores animais terrestres que já existiram, eram caracterizados por suas longas pernas dianteiras, às vezes mais longas que as traseiras.

Hai-Lu You, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, em Pequim, e Da-Qing Li, do Escritório Provincial de Geo-exploração e Desenvolvimento Mineral de Gansu, identificaram o fóssil encontrado como sendo de um novo gênero e uma nova espécie de braquiossauros.

Os pesquisadores afirmam que o espécime é proximamente relacionado aos fósseis do dinossauro Sauroposeidon, da América do Norte, e batizaram-na de Qiaowanlong kangxii, em homenagem a um imperador chinês da dinastia Qing.

O fóssil encontrado consistia em uma série de vértebras articuladas da base do pescoço e parte do osso pélvico, além de vários fragmentos ósseos não identificados.

Os cientistas afirmam que o fóssil seria de um saurópode relativamente pequeno, com cerca de 12 metros de comprimento, três metros de altura e pesando cerca de 10 toneladas.

Como membro da família de braquiossauros, ele tinha um pescoço comprido e pernas dianteiras relativamente longas.

Os ossos foram escavados em 2007 na Bacia de Yujinzi, no noroeste da província de Gansu, na China.

Os exemplares encontrados até hoje eram do fim do período Jurássico e do início do período Cretáceo.

 

A rocha em que se encontrava o fóssil chinês se formou no início do período Cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos. 

    Encontrado fóssil de criatura marinha gigante

Fóssil do pilossauro

Fóssil encontrado é da mandíbula inferior do pilossauro

O crânio fossilizado de um "monstro marinho" gigante foi descoberto na costa da Grã-Bretanha. O predador, chamado de pilossauro, viveu nos oceanos há 150 milhões de anos.

O crânio tem 2,4 metros de comprimento, e especialistas dizem que ele poderia pertencer a um dos maiores pilossauros já encontrados: com até 16 metros de tamanho.

O fóssil, que foi encontrado por um colecionador, foi comprado pelo governo do condado de Dorset por 20 mil libras (cerca de R$ 65 mil).

Ele foi comprado com dinheiro do Heritage Lottery Fund (um fundo da loteria britânica destinado a patrimônios culturais) e será analisado cientificamente, para depois ser exposto ao público no museu do condado.

"Eu havia ouvido rumores de que algo grande fora encontrado. Mas ver isso ao vivo é de cair o queixo. É simplesmente enorme", disse à BBC o paleontólogo Richard Forrest.

'Banho de sangue'

Um animal como um Tiranossauro Rex seria café da manhã para um monstro como este.

Richard Forrest, especialista

Pilossauros são um tipo de plesiossauro, um grupo gigante de répteis aquáticos que dominava os mares na mesma época em que os dinossauros viviam na Terra.

Eles tinham pescoços curtos e cabeças gigantes, semelhantes a de crocodilos, com mandíbulas poderosas e dentes grandes e afiados.

Usando quatro patas em formas de pás para impulsionar seus corpos pela água, eles conseguiam facilmente alcançar presas como ichthyossauros (peixes-répteis) e outros plesiossauros.

"Estas criaturas eram monstros", diz o paleontólogo David Martill, da universidade britânica de Portsmouth.

"Eles tinham músculos gigantes nos seus pescoços, e imaginamos que ele morderia outros animais para conseguir segurá-los bem. E com os músculos do pescoço eles provavelmente arrasariam os animais capturados, gerando um banho de sangue."

Especialistas acreditam que o fóssil é de um dos maiores pilossauros já descobertos.

Desenho do pilossauro

Criatura marinha pode ser a maior já descoberta

 

O fóssil encontrado é da mandíbula inferior e a parte superior do crânio.

Baseado no comprimento de 2,4 metros do crânio, estima-se que a criatura mediria entre 10 metros e 16 metros da cabeça à cauda, e pesaria de sete a 12 toneladas.

A descoberta rivaliza com outras duas. Em Svalbard, na Noruega, foram achados fósseis de uma criatura apelidada de "O Monstro" e "Predador X" que poderia ter até 15 metros de tamanho.

No México, o "monstro de Aramberri", descoberto em 2002, pode ter dimensões semelhantes.

"Nós só temos a cabeça, então é impossível ter precisão. Mas ela pode rivalizar com os fósseis de Svalbard e México como uma das maiores do mundo."

Sorte

O espécime ainda está misturado às rochas, mas os cientistas já descobriram que ele ficou muito bem conservado.

"Crânios de pilossauros são muito grandes, mas, em geral, não tão robustos, e você costuma encontrá-los achatados – como 'panquecas'", disse o especialista em plesiossauros, Richard Forrest.

"O que é fantástico sobre este novo crânio, além do tamanho, é que ele está em três dimensões, e sem distorções. Nós temos esta mandíbula inferior extraordinária, e é possível ver, pela profundidade e grossura, que ela era muito forte."

"Ela poderia comer um humano em uma mastigada. Aliás, um animal como um Tiranossauro Rex seria café da manhã para um monstro como este."

O fóssil foi descoberto por um colecionador de fósseis ao longo da Costa Jurássica britânica, uma faixa de 150 quilômetros entre Dorset e East Devon, onde já foram achados outros fósseis com até 185 milhões de anos.

A localização exata não foi revelada para impedir que outras pessoas tentem explorar a região, que é instável e sujeita a desmoronamentos.

"O colecionador teve sorte de visitar o local em um dia em que um grande pedaço de rocha caiu de um penhasco, e isso deu a ele uma pista de onde procurar", explicou o gerente do departamento de ciência do condado de Dorset, Richard Edmonds.

"Ele passou quatro anos voltando todos os dias, e acabou encontrando este fóssil incrível. Foi um esforço tremendo."

Edmonds acredita que o resto do corpo do animal ainda está soterrado nas rochas, mas que demoraria décadas para encontrá-lo.

Os cientistas e especialistas do condado estão promovendo reuniões para discutir a melhor forma de analisar o fóssil.

 

Gráfico comparando tamanhos dos animais 

     Nova espécie indica que dinossauros vieram da América do Sul

Reconstrução artística do Tawa hallae (Arte/ Ilustração: Jorge González)

Tawa hallae reúne traços de terópodos e do Herrerasauro

Um estudo publicado na edição da revista científica Scienceque circula nesta sexta-feira sugere que os dinossauros surgiram na região que hoje compreende a América do Sul e só depois se espalharam pelo mundo.

O estudo apresentou uma nova espécie de dinossauro, o Tawa hallae, que preenche uma lacuna de ligação entre o grupo de grandes carnívoros do período Jurássico, os terópodos Tiranossauro rex e o velociraptor, e seus ancestrais, como o herrerassauro, descoberto na Argentina nos anos 1960.

Há muito tempo os cientistas se perguntam se alguns traços comuns que aparecem nos terópodos se desenvolveram de maneira independente ou se eles faziam parte de um mesmo grupo, no qual as características foram passando de espécie para espécie.

"Havia tão poucas espécies dos primeiros terópodos que era difícil responder a essa questão", disse o coordenador do estudo, Sterling Nesbitt, da Universidade de Austin, no Texas. "Agora, com Tawa, achamos ter encontrado a resposta."

Segundo a descrição dos pesquisadores, Tawa media cerca de 70 cm na altura da cintura e 2 metros da cabeça à cauda. Estima-se que tenha vivido há cerca de 214 milhões de anos, mais ou menos na mesma época que o herrerassauro.

De acordo com o estudo, as duas espécies - o Tawa e o herrerassauro - compartilham traços bastante parecidos, especialmente em relação à morfologia da cintura. No entanto, o Tawa possui características dos terópodos que estão ausentes no herrerassauro, como bolsas de ar localizadas ao longo da espinha dorsal.

Quando a espécie evoluiu para os neoterópodes do período Jurássico, extintos há 65 milhões de anos, foram mantidas algumas características comuns a todas as espécies, como as grandes mandíbulas, dentes de carnívoros e certos traços pélvicos.

"Tawa é um bom exemplo de fóssil que preenche o que chamamos de lacuna morfológica", disse Nesbitt.

Em um exemplo raro, a equipe de pesquisadores americanos encontrou o esqueleto de Tawa extraordinariamente bem preservado junto com o de outras espécies em um sítio no Estado americano de Novo México.

Entretanto, a análise dos fósseis sugeriu que os três esqueletos pertenciam a espécies distantes, que haviam migrado da hoje América do Sul para a hoje América do Norte quando os cinco continentes ainda estavam unidos em uma massa continental única chamada Pangeia.

"Acreditamos que todos os grandes grupos dos primeiros dinossauros puderam passar para a parte da Pangeia que se tornou a América do Norte no fim do período Triássico, e podem até ter passado. Mas por alguma razão, apenas os carnívoros se adaptaram ao clima norte-americano", disse o co-autor do estudo Randall Irmis, da Universidade e do Museu de História Natural de Utah.

Segundo os cientistas, as descobertas sugerem a existência de outros movimentos de dispersão de dinossauros a partir da América do Sul.

Reconstrução artística do Tawa hallae (Arte/ Ilustração: Jorge González)

 

Reconstrução da cabeça Tawa hallae (Arte/ Ilustração: Jorge González) 

 

    Paleontólogos descobrem mais antigo ancestral dos dinossauros

Desenho dos primos dos dinossauros (M Hill / Field Museum)

O Asilisaurus kongwe viveu há 245 milhões de anos

Um grupo de paleontólogos americanos descobriu um ancestral dos dinossauros que habitou a Terra 10 milhões de anos antes que o mais antigo dos répteis gigantes.

Asilisaurus kongwe, uma criatura quadrúpede do tamanho de um cachorro, que é tão próxima do dinossauro quanto os chimpanzés são do homem, foi descoberto na Tanzânia, leste da África.

O resultado dos estudos a respeito desses antepassados dos dinossauros que datam de 245 milhões de anos atrás foi publicado na última edição da revista científica Nature.

"Essa nova evidência sugere que (os dinossauros) foram realmente apenas um dos diversos grandes e distintos grupos de animais que explodiram em diversidade durante o período Triássico", disse Sterling Nesbitt, pesquisador da Universidade do Texas e líder do estudo.

Randall Irmis, membro do Museu de História Natural de Utah, nos Estados Unidos, que também participou da pesquisa, disse em entrevista à repórter Victoria Gill da BBC News que essa criatura era "o parente mais próximo dos dinossauros".

"Eles estão para os dinossauros como os chimpanzés estão para os humanos – como primos", disse Irmis.

O pesquisador revelou também que o animal não era o que os paleontólogos esperavam.

"Era uma pequena e estranha criatura. Nós sempre pensamos que os mais antigos parentes (dos dinossauros) fossem animais pequenos, bípedes e carnívoros. Esses animais andavam sobre quatro patas e tinham bicos e dentes de herbívoros", explicou à BBC.

'Experimento mal-sucedido'

Imagem mostrando as proporções do Asilisaurus kongwe

O primo dos dinossauros tinha até 90 centímetros de altura

Os paleontólogos encontraram fósseis de pelo menos 14 ossadas no sul da Tanzânia, o que possibilitou a reconstituição quase completa de um esqueleto do Asilisaurus kongwe.

Esses animais tinham entre 45 e 90 centímetros de altura, de 0,9 a 3 metros de comprimento e pesavam de 10 a 30 quilos.

Os estudos sobre o espécime indicam que esses primos dos dinossauros entraram em extinção 45 milhões de anos depois do seu surgimento. Os dinossauros, porém, foram mais bem sucedidos, pois habitaram o planeta Terra por 165 milhões de anos.

O paleontologista do Museu de História Natural de Londres Paul Barrett explicou que essa criatura "foi como um experimento mal-sucedido de como criar um dinossauro".

Segundo ele, a descoberta proporciona aos cientistas uma importante informação sobre a evolução dos dinossauros.

"Essas criaturas compartilharam muitas características com os dinossauros", disse. "Eles nos mostram um estágio intermediário entre os répteis mais primitivos e os dinossauros mais específicos".

 

     Novo dinossauro carnívoro é descoberto

Linheraptor exquisitus

O esqueleto do Linheraptor exquisitus está praticamente completo (Foto: Zootaxa)

Uma nova espécie de dinossauro relacionada ao carnívoro emplumado Velociraptor foi descoberto no norte da China.

O predador de 2,5 metros de comprimento e cerca de 25 quilos foi batizado de linheraptor exquisitus e é da família dos dromeossaurídeos, que teria dado origem aos pássaros modernos.

A descoberta, feita por um grupo de pesquisadores das Universidades George Washington, nos Estados Unidos, e de Londres, na Grã-Bretanha, foi anunciada na última edição da revista de taxonomiaZootaxa.

O esqueleto da espécie desconhecida foi encontrado em um fóssil do período Cretáceo Superior (entre 99,6 milhões e 65,5 milhões de anos) na região chinesa da Mongólia Interior.

Segundo os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, que analisaram o fóssil, ele está “excepcionalmente bem conservado”, com garras completas e dentes, e seria um dos esqueletos mais completos já encontrados na região.

Eles descreveram várias das características particulares do novo dinossauro que permitiram classificá-lo como membro da família dos dromeossaurídeos.

Ágil e veloz

“Vi a ponta de uma garra que saia de um penhasco e me surpreendi totalmente ao perceber que todo o esqueleto estava enterrado na profundidade da rocha”, disse Jonah Choiniere, um dos pesquisadores da Universidade de Londres.

“Este fóssil vai nos trazer muita informação sobre a evolução dos esqueletos do grupo que inclui o Velociraptor”, acrescentou.

O exemplar foi encontrado na formação de Wulansuhai durante uma pesquisa de campo em 2008.

Acredita-se que o Linheraptor tenha sido um predador muito veloz e ágil, que se alimentava de pequenos dinossauros.

Assim como outros dromessaurídeos, o Linheraptor tinha grandes garras e patas curvadas, com as quais provavelmente prendia suas presas.

Os pesquisadores acreditam que agora, com o esqueleto da nova espécie, eles poderão reconstruir uma série de mudanças evolutivas dentro da família dos dromeossaurídeos.

 

“Este é um lindo fóssil e documenta uma etapa de transição na evolução dos dromeossaurídeos”, disse Xu Xing, professor do Instituto de Paleontologia e Paleontropologia da Academia de Ciências da China. 

     Paleontólogos descobrem dinossauro ‘comedor de formigas’

Xixianykus Zhangi (impressão do artista)

Paleontólogos acreditam que pequeno dinossauro era bom corredor

Um novo estudo publicado nesta segunda-feira na revista de taxonomia Zootaxa descreve uma nova espécie de dinossauros que, provavelmente, era um bom corredor e se alimentava de pequenos insetos como formigas e cupins.

Segundo o estudo de cientistas britânicos, canadenses e chineses, o dinossauro Xixianykus Zhangi foi um dos menores que existiu, com cerca de meio metro de comprimento.

Seu fóssil, encontrado na província de Henan, na China, está bastante incompleto, dizem os cientistas, mas algumas características – como o osso da coxa menor que o da perna e o pé e outras características do pélvis e da coluna - mostram que ele devia ser um bom corredor.

Ele viveu no fim do período Cretáceo – o auge do período dos dinossauros, iniciado há cerca de 145 milhões de anos - e faria parte da sub-ordem dos terópodos, que também inclui o Tiranossauro Rex e o Velociraptor.

“As proporções dos membros do Xixianykus estão entre as mais extremas já registradas em um dinossauro terópodo. Isso não nos dá uma base para estimarmos a velocidade que ele atingia, mas mostra que o Xixianykus era um corredor muito eficiente”, disse o pesquisador canadense Corwin Sullivan, um dos autores do estudo.

“Várias outras características do esqueleto reforçam esta impressão.”

Algumas dessas características também sugerem que o animal, muito provavelmente, se alimentava de pequenos insetos.

Apesar de a metade superior do fóssil não estar preservada, os “parentes próximos” do Xixianykus tinham braços curtos, porém fortes, com uma única garra na ponta, capaz de abrir buracos em troncos de árvores ou ninhos de insetos.

Os autores do estudo acreditam que a nova espécie se alimentava, provavelmente, desses pequenos insetos.

Algumas das características que ajudavam a estabilizar seu corpo enquanto corria, também o teriam suportado enquanto ele escavava.

“Pode parecer esquisito, mas (as atividades de) escavar e correr funcionam muito bem juntas”, afirma o paleontólogo britânico David Hone, co-autor do estudo.

“Alguns dos animais modernos que se alimentam de cupins viajam longas distâncias entre as colônias de suas presas, então, sendo um corredor eficiente, o Xixianykus teria conseguido seguir este padrão”, disse ele.

“Qualquer pequeno dinossauro também teria sido vulnerável a predadores, e a habilidade de escapar com rapidez caso o perigo ameaçasse seria extremamente valiosa para um animal como este.”

 

O estudo foi realizado com o apoio da Academia Chinesa de Ciências. 

     Fóssil revela que velociraptor comia carniça

Velociraptor comendo restos de Protocerátopo

Ilustração mostra Velociraptor comendo restos de Protocerátopo

Paleontólogos da Academia de Ciências Chinesa em Pequim descobriram fósseis de um Velociraptor que estava devorando um dinossauro herbívoro maior.

Os cientistas acreditam que o dinossauro carnívoro estava se alimentando da carniça de um Protecerátopo.

Os dentes do predador se encaixam nas marcas encontradas nos ossos do herbívoro e mostra que os Velociraptors não apenas se alimentavam de presas que caçavam, como também de animais encontrados mortos.

A descoberta é mais uma prova desse comportamento dos dinossauros predadores, e reforçam a explicação dada para um fóssil encontrado em 1971, conhecido como "dinossauros em combate."

O famoso fóssil mostra um Velociraptor e um Protocerátopo aparentemente travados em combate. Acredita-se que os dois animais morreram ao mesmo tempo, e que a luta tivesse sido motivada por necessidade de alimentação por parte do predador.

O novo fóssil fornece evidências de que o Velociraptor se alimentava do Protocerátopo com frequência, seja comendo a carcaça de um animal já morto, ou caçando os herbívoros.

Até hoje os paleontólogos debatem o fóssil de 1971 e muitos ainda consideram possível que um dinossauro tenha matado o outro – a garra do Velociraptor está preservada, enterrada na região da garganta do Protocerátopo (muito maior do que ele), que parece estar mordendo o braço direito do predador.

Dieta

O fóssil de 1971, por si só, não significaria, necessariamente, que os Protocerátopos tenham integrado a dieta regular dos Velociraptors. Em vez disso, ele poderia representar um encontro fortuito entre as duas espécies, que terminou em briga.

A nova descoberta, publicada na revista especializadaPalaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, sugere que essa hipótese parece ser a mais improvável.

O fóssil mostra a marca dos dentes nos ossos do herbívoro

O fóssil mostra a marca dos dentes nos ossos do herbívoro

O paleontólogo David Hone, da Academia de Ciências Chinesa em Pequim chefiou a equipe que fez a nova descoberta nos depósitos do período Cretáceo Superior em Bayan Mandahu, na região da Mongólia Interior, na China.

Eles encontraram vários ossos de Protocerátopo já em avançado estado de erosão. Entre eles, estavam dois dentes de Velociraptor.

Uma análise revelou que os ossos do Protocerátopo apresentava marcas que combinavam com os dentes encontrados.

Os cientistas acreditam que o mais provável é que, neste caso, o Velociraptor tenha se alimentado da carcaça.

“As marcas de dentes foram encontradas em partes da mandíbula”, disse Hone à BBC.

Dentes do Velociraptor

OS dentes encontrados se encaixam nas marcas

“Os Protocerátopos eram, provavelmente, muito mais pesados do que os Velociraptors, com muito músculo a ser comido. Por que tentar arrancar a carne das mandíbulas, onde obviamente não há muito músculo, com tanta força que você arranha os ossos e perde dentes, a não ser que não houvesse muita opção?”

“Em resumo, ele parece ter comido os restos deixados por alguém, já que o animal se alimentaria das ancas e da barriga antes (se ele tivesse matado o Protocerátopo).”

“O fóssil da luta dá a entender um comportamento predatório. Combinando os dois fósseis, temos boas provas dos dois comportamentos”, afirma Hone.

“Animais como o Velociraptor provavelmente se alimentavam de animais como o Protocerátopo regularmente, seja pela caça, seja comendo a carniça.”

Isso estaria de acordo com o comportamento de muitos predadores modernos, já que quase todos os carnívoros, como os leões e os chacais, fazem as duas coisas.

“É uma questão de grau”, diz Hone. “Os leões, na maioria das vezes, caçam, os chacais, na maioria das vezes, comem restos.”

 

“Mesmo o mais dedicado predador não desprezaria uma refeição ‘grátis’ se passasse por um animal morto com alguns pedaços de carne ainda disponíveis, e este parece ter sido o caso”, diz Hone.