Acesso a tecnologia está ligado à felicidade, diz estudo

(arquivo)

Na Índia, por exemplo, possuir um computador é sinal de prosperidade

Uma pesquisa britânica alega que há ligações entre o acesso à tecnologia e a sensação de bem-estar.

O instituto britânico de estudos sobre tecnologia BCS analisou resultados de uma pesquisa que envolveu 35 mil pessoas em todo o mundo e descobriu que o acesso a dispositivos de comunicação é o que mais produz respostas positivas.

O estudo também descobriu que mulheres em países em desenvolvimento e pessoas de baixa renda ou com baixo nível educacional de ambos os sexos são as que demonstram sensações mais positivas com o acesso à tecnologia.

De acordo com Paul Flatters, da Trajectory Partnership que conduziu a pesquisa em nome da BCS, isto ocorre, em parte, pelo fato de que mulheres tendem a ter um papel mais central na família e outras redes sociais e seriam as mais beneficiadas.

"Nossa hipótese é que mulheres em países em desenvolvimento se beneficiam mais, pois nestas sociedades elas são mais limitadas socialmente", acrescentou Flatters.

De acordo com o pesquisador, a próxima fase da pesquisa vai se concentrar em testar esta hipótese.

Todas as idades

A pesquisa também descobriu que esta relação entre acesso à tecnologia e bem-estar não parece aumentar com a idade, apesar dos esforços de vários países para colocar as faixas etárias mais avançadas online.

"Não importa se você é jovem ou mais velho, somos todos seres sociais, todos temos a necessidade de coisas que o acesso à tecnologia facilita", disse Flatters.

As descobertas do grupo de pesquisas britânico contradiz a opinião de psicólogos como Yair Amichai-Hamburger, diretor do Centro de Pesquisas para Psicologia na Internet na Escola de Comunicações Sammy Ofer, de Israel.

Em um editorial publicado em 2009 na revista especializada New Scientist, Armichai-Hamburger afirmou que a tecnologia tinha um impacto negativo no bem-estar das pessoas ao deixar confuso o limite entre tempo profissional e tempo pessoal.

Paul Flatters admite que os resultados do estudo do BCS vão "um pouco contra a intuição".

"Muitas das coisas escritas sobre tecnologia são negativas", disse. "Mas estamos confusos pelo fato de as pessoas serem ligadas aos seus (objetos) de tecnologia", acrescentou.

Em muitas culturas, o fato de alguém possuir um objeto de tecnologia é um símbolo de boa posição social, de acordo com Kathi Kitner, pesquisadora da Intel.

Possuir um computador é considerado um sinônimo de boa educação no mundo todo. No entanto, a classe média emergente de um país como a Índia, por exemplo, também acredita que este é um sinal de prosperidade, segundo Kitner.

"Não foi documentado se a prosperidade em termos financeiros realmente se materializa, mas é muito real em termos de percepção", afirmou. 

Mão biônica consegue segurar pequenos objetos e suporta até 90 kg

Prótese i-LIMB Pulse pode ser configurada por Bluetooth.
Produto da empresa Touch Bionics foi apresentado nesta semana.

Do G1, em São Paulo

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A empresa Touch Bionics apresentou nesta semana uma nova versão de mão biônica com tecnologia avançada.De acordo com a fabricante, a i-LIMB Pulse tem movimentos mais precisos do que a versão anterior – a i-LIMB, que já imitava a forma e movimentos da mão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A empresa Touch Bionics apresentou nesta semana uma nova versão de mão biônica com tecnologia avançada.De acordo com a fabricante, a i-LIMB Pulse tem movimentos mais precisos do que a versão anterior – a i-LIMB, que já imitava a forma e movimentos da mão humana – com melhor capacidade de segurar pequenos objetos, por exemplo. O equipamento suporta um peso de até 90 quilos, é oferecido em dois tamanhos e pode ser configurado vi Bluetooth. (Foto: Divulgação)

 

 

 

 

 

Alta tecnologia em cogumelos

Produtor vende o substrato já cultivado com shiitake para integrados, que obtêm até R$ 22 por quilo

 

Produtores paulistas estão obtendo bons resultados com a produção de
cogumelos graças à alta tecnologia empregada no manejo da cultura.
Os processos artesanais que antes caracterizavam a produção foram
substituídos por sistemas automatizados e controlados eletronicamente.
A mudança começou pelo shiitake, cogumelo japonês que, em produção e
consumo no Brasil, só perde para o champignon. O cultivo andou ameaçado
no País por causa da rusticidade e sazonalidade. O cogumelo era cultivado em
toras de eucalipto e produzia só três meses no ano.
O produtor Iwao Akamatsu, de Sorocaba (SP), foi buscar no Japão as
técnicas que possibilitam produzir shiitake o ano todo. As toras de madeira
foram abolidas: o cogumelo é cultivado em blocos de serragem dispostos em
sacos de polietileno. Os fungos que geram os cogumelos se desenvolvem em
ambientes esterilizados e temperatura controlada. Akamatsu desenvolveu um
sistema de integração no qual ele fornece os blocos inoculados a 40 produtores
de São Paulo, Paraná e Minas. São eles que fazem a terminação do ciclo produtivo, a colheita e a comercialização.
"Comparando à pecuária, é como se eu inseminasse a vaca e cuidasse da
reprodução até entregar o garrote pronto para o criador engordar e vender."
A área de produção parece uma indústria. Os galpões fechados, com acesso
controlado, têm câmaras frias, caldeiras e laboratórios. No pátio externo, a
serragem de eucalipto usada como substrato é submetida à constante irrigação
por microaspersão, por 30 dias, para garantir que a serragem úmida seja o
ambiente propício para a reprodução do fungo-semente.
Água filtrada. A água usada no processo vai para tanques revestidos com
manta de PVC e é filtrada e reutilizada. Antes de receber a semente,
a serragem é enriquecida com farelo de trigo e passa por um processo de
esterilização em autoclaves, com o vapor das caldeiras.
A mistura é submetida por 5h30 à temperatura de 120 graus. Em seguida, é
resfriada rapidamente para até 20 graus. A semente é inoculada num ambiente
esterilizado e o substrato é disposto nos sacos com respiradouros selados.
Por 30 dias, os sacos ficam em prateleiras, a 20 graus e iluminação artificial.
Na terceira semana, o substrato estará tomado pelo fungo. Uma semana
depois, pesando 2,5 quilos, o bloco está pronto para a terminação e é
entregue aos integrados. Akamatsu explica que eles pagam pelo produto e
têm total liberdade de comercialização. "Meu compromisso é o de fornecer a
tecnologia e o deles, de manter a produção." Sua produção própria é pequena e
destinada apenas ao Rio. Na sexta-feira, o quilo do shiitake no atacado oscilava entre R$ 20 e R$ 22.
O produtor integrado precisa manter os blocos nos saquinhos, e em ambiente
controlado, durante 90 dias, quando então são retirados dos sacos e dispostos
nas prateleiras de produção. A colheita é feita por nove dias. Os blocos devem
ser irrigados todos os dias. Com isso, voltam a produzir após um período e ficam
em produção por cinco meses. A seguir, os blocos de serragem são descartados e
podem ser usados em hortas e lavouras para estruturar o solo. A "fábrica" de
Akamatsu produz 75 mil blocos de substrato incubado por mês, o que garante aos
integrados uma produção mensal de 50 toneladas de shiitake - mais de 80% da produção nacional.
Por "pressão" dos integrados atuais, que desejam produzir mais e para atender a
uma fila de interessados, Akamatsu e seus sócios - o sogro Haruo Ataka e a dona
da propriedade, Ayako Yuri - vão ampliar em 150% a produção. Na nova "fábrica" de
cogumelos, a inoculação será 100% automática.

 

O produtor conta que começou o cultivo em 1995, após fazer um curso sobre
o shiitake. Por cinco anos, ele lutou para conseguir um padrão de produção,
sem sucesso. Em 1999, conseguiu que o consulado japonês bancasse uma
viagem de estudo e pesquisa no Japão. Quando retornou, os sócios falavam
em fechar o negócio, mas ele já tinha o segredo para iniciar a guinada.
"Pedi para continuar mais um ano. Foi o suficiente." 

    Aquecimento global pode ser desastroso para saúde, alertam médicos

 Para especialistas, falta de acordo sobre mudanças climáticas terá impacto 'catastrófico'.

Da BBC

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O possível fracasso de países membros em firmar um novo acordo para mudanças climáticas na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro resultará em uma "catástrofe global de saúde", na opinião de 18 entidades médicas internacionais.


Em carta publicada nas revistas especializadas "Lancet" e "British Medical Journal", as entidades pedem a médicos em todo o mundo que "assumam a liderança" no debate sobre o assunto.

 

Em editoriais, as duas publicações especializadas afirmam ainda que o impacto será maior sobre habitantes de países tropicais pobres. As revistas argumentam que conter as mudanças climáticas poderia trazer outros benefícios, como dietas mais saudáveis e um ar mais puro.


A cúpula da ONU marcada para dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, vai discutir um novo tratado global para o clima, que substituirá o Protocolo de Kyoto.


No entanto, as negociações preparatórias têm sido prejudicadas pela falta de acordo em questões como quanto das emissões de gases associados ao efeito estufa deve ser cortado e como financiar a proteção climática para os países mais pobres.


"Existe um perigo real de que os políticos estejam indecisos, especialmente em tempos de turbulência econômica como estes", diz a carta assinada por diretores de 18 faculdades de medicina e de outras disciplinas médicas.


"Se as respostas (dos políticos) forem fracas, os resultados para a saúde internacional podem ser catastróficos."


Risco Crescente

No ínicio do ano, a "Lancet" publicou, em associação com a University College London, uma grande avaliação dos impactos da mudança climática sobre a saúde.


O levantamento concluiu que o aumento na temperatura global deverá aumentar a transmissão de doenças infecciosas, reduzir suprimentos de comida e água pura em países em desenvolvimento e aumentar o número de pessoas morrendo por problemas associados ao calor em regiões de clima temperado.


Mas a avaliação também reconhecia algumas lacunas na pesquisa. Por exemplo, "quase não existem dados confiáveis sobre mortalidade induzida por ondas de calor na África ou no sul da Ásia".


Ainda assim, a principal conclusão do estudo foi que, em um mundo que deverá ter 3 bilhões de novos habitantes em meados deste século, "os efeitos da mudança climática sobre a saúde vão atingir a maior parte das populações nas próximas décadas e colocar as vidas e o bem-estar de bilhões de pessoas sob risco crescente".


Os editoriais da "Lancet" e do "British Medical Journal", que acompanham a carta das entidades médicas, argumentam que a mudança climática fortalece as propostas que organizações governamentais ligadas à saúde e ao desenvolvimento já vêm defendendo.


"Mesmo sem mudança climática, o argumento a favor de energia limpa, carros elétricos, proteção de florestas, eficiência no uso de energia e novas tecnologias agrícolas é forte", diz o texto. "A mudança climática torna-o irrefutável."


O editorial, escrito conjuntamente por Michael Jay, presidente da ONG de saúde Merlin, e por Michael Marmot, da UCL, diz ainda que existem várias soluções possíveis.


"Uma economia de baixas emissões de carbono vai significar menos poluição", afirma o editorial. "Uma alimentação com baixas emissões de carbono (especialmente com menor consumo de carne) e mais exercícios vão significar menos problemas como câncer, obesidade, diabetes e doenças cardíacas."

 

    Cientistas cubanos criam método para avaliar efeitos do clima na saúde

Sistema alerta para riscos com 180 horas de antecedência.
Classificação biometeorológica foi apresentada na USP. 

  • Aspas

    A cidade de São Paulo é um laboratório importante para se estudar essa relação"

Cientistas cubanos desenvolveram uma metodologia para avaliar os efeitos do clima na saúde humana. A “classificação biometeorológica” foi apresentada no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo por Luís Bartolomé Lecha Estela, do Centro de Estudos e Serviços Ambientais da Universidade Central de Las Villas (UCLV), em Cuba. “Os prognósticos [...] auxiliam na prevenção de doenças com alta incidência, como asma, problemas cardiovasculares, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, cefaleias, hepatite, meningite, dengue e malária”, disse Lecha à Agência Fapesp.

 

  • Aspas

    A ligação entre alterações climáticas e saúde ainda é incipiente no país. A maioria dos projetos aborda as mudanças climáticas em larga escala"

“O método avisa com até 180 horas de antecedência a ocorrência de condições favoráveis para o desencadeamento de crises de saúde e utiliza como principal indicador a variação em 24 horas da densidade parcial de oxigênio no ar, o tipo de situação predominante e a ocorrência de efeitos locais de contaminação atmosférica”, explicou Helena Ribeiro, diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP. “A cidade de São Paulo é um laboratório importante para se estudar essa relação. Pretendemos criar um programa a partir dos métodos desenvolvidos por Lecha.”

Segundo o pesquisador cubano, o índice de acertos tem sido superior a 80%. Entre 1º de dezembro de 2006 e 30 de abril de 2007 foram detectados pelo modelo cerca de 63 situações complexas de tempo com avisos de alerta, sendo 24 para hiperoxia (alta concentração de oxigênio) e 39 para condições de hipoxia (baixo teor de oxigênio). “Nos dias em que havia condições de hipoxia houve uma prevalência de crises massivas associadas à hipertensão arterial, cefaleias e de acidente vascular cerebral”, exemplificou Lecha.

 

Helena Ribeiro, que orienta pesquisas relacionadas à saúde urbana e mudanças climáticas, falou da dificuldade no Brasil de se conseguir dados estatísticos de pronto atendimento nos ambulatórios, além das poucas pesquisas nessa área. “A ligação entre alterações climáticas e saúde ainda é incipiente no país. A maioria dos projetos aborda as mudanças climáticas em larga escala”, afirmou.

 

Clique aqui para ler o artigo "Prognósticos biometeorológicos: via para reduzir a ocorrência de crises de saúde" (em espanhol)

 

*Com informações da Agência Fapesp , por Alex Sander Alcântara